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O Projeto "Marfins Africanos no Mundo Atlântico/African Ivories in the Atlantic World"

  • Qual é o problema e como avaliá-lo?
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Este projeto reavalia o conceito de luso-africanos marfins no contexto mais amplo da produção e circulação de Africano esculpida marfins e matérias-primas no mundo Atlântico, entre c.1500 e c.1800. A pesquisa realizada ao longo da última década revelou que o conceito tradicional de marfins Luso-Africanos, e suas teorias associadas, tiveram várias falhas epistemológicas, o que impediam uma percepção acurada das cronologias dos marfins africanos, e também afetou o estudo das origens geográficas e significados culturais. Na verdade, este conceito implica uma certa subestimação destas obras como criações artísticas africanas com ênfase excessiva na entrada Portuguesa. O conceito alternativo e mais razoável de marfins Luso-Africanos não resolve toda a questão também. É necessário incluir as obras de arte que não têm qualquer ligação com Portugal ou na Europa além de ser oferecidas, vendidas ou recolhidas pelos europeus. Portanto, este projeto reconsidera o conceito de marfins Luso-Africanos e amplia o objeto de estudo, incluindo as duas obras de arte que revelam um elevado grau de hibridismo artístico Euro-Africano e obras de arte, onde este hibridismo não está presente e que foram negligenciadas por pesquisadores.

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  • Porque o problema é interessante e importante?

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​Marfins africanos pertencem a uma área de pesquisa que tem sido claramente negligenciada. Apenas o segmento de marfins luso-africanos tem sido objeto de estudo e interesse acadêmico, particularmente durante os últimos 50 anos. O fato de ser uma das primeiras expressões artísticas e materiais da globalização moderna justificava (e continua a justificar) o estudo deste segmento de marfins africanos em si. No entanto, este projeto é a primeira tentativa de estudar esse segmento no contexto da escultura em marfim Africano em geral. Além disso, este projeto baseia-se em novos dados que estão sendo pesquisadas em Portugal e no Brasil, o que coloca ênfase na produção e circulação de marfins Africanos do mundo Atlântico ao longo de períodos muito maiores de tempo.

Assim, este estudo contribuirá para uma melhor apreciação da diversidade da África em termos de centros de produção de marfim e linguagens artísticas utilizadas, oferecendo ao mesmo tempo novas perspectivas para a história econômica e cultural da África. Há fortes indícios de que a circulação de marfins africanos foi relativas à circulação de bens através do Atlântico e da atenção dada a outros segmentos da produção de marfim, além dos luso-africanos, oferece uma nova imagem da complexidade e diversidade cultural, intelectual e material dos Africano, como um todo. Finalmente, este estudo também irá fornecer novas informações sobre a diversidade de intercâmbio cultural estabelecido em diferentes áreas da costa atlântica da África.

 

  • Quais são os principais pontos de vista e as metodologias a adoptar?

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A pesquisa conduzida por vários dos membros da equipe, já revelou a importância de uma reavaliação fontes históricas para superar as ideias tradicionais sobre os marfins luso-africanos em termos de cronologia e origem geográfica. A investigação em curso a ser realizado no Brasil, ou seja, no estado de Minas Gerais, também revelou a relevância de fontes escritas brasileiros e coleções de marfins africanos, que não foram previamente levados em consideração pelos principais pesquisadores no campo da luso-africanos marfins (por exemplo, Fagg, Curnow, Bassani). Por fim, praticamente nada foi feito a respeito do material / análise laboratorial de marfins africanos.

Portanto, este projeto de pesquisa irá implementar as seguintes metodologias: 1) pesquisa de arquivos em Portugal e no Brasil de novo material e análise crítica do material escrito já identificados; 2) pesquisa de fontes visuais que documentam marfins africanos na arte europeia; 3) análise laboratorial de uma amostra de marfins afro disponíveis em coleções portuguesas e brasileiras, a fim de avaliar a sua cronologia, a identificação geográfica dos habitats dos elefantes e da diversidade de técnicas utilizadas em marfim (indicando diferente centros de produção); 4) Interpretação da iconografia e decoração dos marfins em conexão com as diferentes culturas de recepção no mundo atlântico (Africano, brasileiro, Português).

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  • Quais são as principais ideias que a equipe possui para cumprir as suas metas?

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A equipe portuguesa, desde 2006, foram desconstruindo a metodologia (análise estilística simples), que levou a que ele a equipe considerar haver identificações-históricas errôneas dos marfins. Documentos contemporâneos portugueses dos marfins (séculos 16o-18o) não só identificam as áreas onde os artistas estão ativos,  mas eles também oferecem subsídios para os significados simbólicos que os objetos de marfim (ou seja, os saleiros) tiveram para as sociedades em que foram criados. O simbolismo constitui uma consistente semântica, visual centrada no comércio de longa distância de que os marfins eram parte integrante. A identificação sistemática, inventário e classificação de marfins africanos, bem como todas as referências a esses objetos em fontes narrativas e fontes de arquivos, tais como inventários e testamentos vai permitir que o grupo trabalhe com um corpus consistente, para criar uma análise historicamente contextualizada. Anteriormente objetos desconhecidos será parte deste corpus. O uso de novos métodos para analisar os objetos complementará a investigação e pode levar a novas interpretações.

 

  • Como o projeto avançará no estado da arte? Quais são as novas ideias básicas que permitirão a equipe alcançar esse objetivo?

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Como mencionado anteriormente, marfins africanos têm sido negligenciados e apenas o segmento de luso-africanos marfins tem recebido atenção. Por um lado, o presente projeto de pesquisa se propõe a documentar e analisar outros marfins africanos que não se enquadram na classificação de marfins Luso-africanos. Por outro lado, este projeto promete desenvolver novas metodologias para além da análise estilística tradicional que tem sido (mal) usado como uma prova de diferentes centros de geo-culturais de produção, e para ampliar a base documental que revela uma produção contínua de marfins afro-(incluindo os chamados luso-africanos) ao longo de um período mais longo de tempo. As novas metodologias de análise do material nunca foram exploradas em conjunto com uma equipe de investigação que lida com este tipo de objetos. Além disso, até à data, não existe inventário completo desses marfins em museus portugueses e coleções particulares. E, embora a maior parte dos documentos primários relativos aos marfins foram escritas em Português, não há bibliografia abrangente de fontes de língua portuguesa. A primeira etapa em nosso projeto, portanto, consiste em criar um catálogo de objetos em Portugal, juntamente com uma bibliografia de fontes primárias publicados e não publicados [em Português] para África Atlântica e para as coleções brasileiras em Minas Gerais.

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Esta equipe internacional de investigação irá explorar algumas hipóteses e indicações que foram investigadas, apresentadas e publicadas ao longo dos últimos sete anos, por alguns dos membros da equipe. A equipe está otimista de que o foco desses especialistas irá permitir caracterizar cuidadosamente as especificidades históricas, culturais e artísticas de marfins afro produzidos entre c.1500 e c.1800. O projeto vai avançar o estado da arte, resolvendo incertezas sobre a proveniência e datação, e por extensão, sobre o papel cultural desempenhado pelos marfins. No caso de certas saleiros densamente simbólicos, ele vai mesmo nos permitir, através de uma compreensão da semântica visuais dos objetos, abordar um entendimento sobre as intenções do artista.

 

  • Quais são os resultados esperados deste projeto?

 

Vamos elucidar a circulação de marfins africanos no mundo atlântico, associadas com a diáspora Africano para o Brasil e para Portugal. O primeiro meta é inventariar todos os marfins em coleções públicas e privadas portuguesas, bem como os objetos em Minas Gerais. A segunda é para compilar uma antologia abrangente de fontes de idiomas Português primárias relativas aos marfins. O objetivo final é demonstrar o papel, e especificar os significados dos marfins, dentro do contexto do comércio neste período de globalização mais antiga histórica e culturalmente-determinados. Espera-se contribuir significativamente para a reavaliação da cronologia dos marfins africanos, nomeadamente o segmento luso-africanos, e para o esclarecimento de seus principais centros de produção. Nós esperamos ser capazes de documentar e comparar diferentes técnicas de escultura em marfim, representando diferentes áreas geográficas e diferentes períodos de produção. Esperamos também desenvolver uma noção mais forte dos mecanismos de contatos interculturais estabelecidas entre europeus e africanos, nomeadamente no que diz respeito aos processos de hibridização artística e o significado dos marfins nas diferentes culturas de recepção.

 

  • Qual é a natureza da colaboração entre os vários parceiros e do papel de cada um?

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Depois de alguns anos de diálogo e de investigação conjunta, o Centro de História da Universidade de Lisboa (CHUL) criou um grupo de pesquisa dedicado ao estudo de marfins afro em Junho de 2012. Este grupo tem vários pesquisadores a partir desta unidade, bem como a partir de uma outra unidade da Universidade de Lisboa (ARTIS-Art Institute História) e da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil) (UFMG). O projeto de pesquisa atual é apenas uma das iniciativas deste grupo de pesquisa. Vários dos membros da equipe já tem pesquisado e publicado em conjunto sobre este assunto e também organizou conferências em congressos internacionais dedicadas ao mesmo tema. No Brasil, um projeto relacionado está sendo desenvolvido, com foco no inventário e estudo de objetos de marfim africano em coleções públicas e privadas do estado de Minas Gerais. Ver lista de projetos contemplados.

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Em termos práticos, a pesquisa documental e histórico será conduzia principalmente por CHUL, em cooperação com a equipe brasileira da UFMG. A análise laboratorial será realizada por Hercules Laboratório [Universidade de Évora-Portugal] e LACICOR- [UFMG-Brasil], em diálogo com a equipe da UFMG. O estudo cultural e artístico dos marfins será conduzida pelo CHUL e ARTIS, também no diálogo com a equipe da UFMG. Além disso, a equipe de pesquisa também inclui um consultor especialista da Universidade de Innsbruck, Prof. Markus Neuwirth, especialista em arte e da globalização, incluindo marfins indo-portuguesas nos séculos décimo sexta-décimo sétimo; e uma consultora do Museu Nacional do Rio Janeiro do Brasil, Marisa Carvalho Soares, especialista em arte africana.

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  • Projetos, Programas, laboratórios e financiamento - vinculados

 

PROGRAMAS

  • Programa de Pós-Graduação em História/FAFICH-UFMG

  • Programa de Pós Graduação em Artes/EBA/UFMG

  • Programa de Graduação em Estudos Africanos da FLUL

  • Programas de graduação e pós-graduação afins da FLUL

 

GRUPOS DE PESQUISAS:

  • Escravidão, mestiçagem, trânsito de culturas e globalização - séculos XV a XIX, coordenador: Eduardo França Paiva (Departamento de História - FAFICH/UFMG);

  • ARCHE - Arte, Conservação e História - Espaços, pesquisadora: Yacy-Ara Froner (Departamento de Artes Plásticas - Escola de Belas Artes/UFMG);

 

CENTROS E LABORATÓRIOS:

  • Centro de Estudos Africanos - CEA-UFMG, coordenadora: Vanicléia Silva Santos (Presidente do Conselho do CEA-UFMG);

  • Centro de Estudos sobre a Presença Africana no Mundo Moderno-CEPAMM-UFMG, coordenador: Eduardo França Paiva (Departamento de História - FAFICH/ UFMG); 

  • Instituto de História da Arte, Centro de História da Universidade de Lisboa (IHA/FL/UL);

  • LACICOR (Laboratório de Ciência da Conservação) coordenador Luiz Antônio Cruz Souza; CECOR, diretora Bethânia Reis Veloso.

  • Laboratório Hércules – Universidade de Évora (António Candeias)

 

Projetos contemplados em agências de financiamento a pesquisa no Brasil e Portugal:

  • Patrimônio cultural: Arquitetura, História da Arte e Conservação-Restauração. Programa Internacional de Apoio à Pesquisa e ao Ensino por meio de Mobilidade Docente e Discente Internacional - Pré-Mobilidade Internacional (CAPES-AULP), Edital nº 33/2012.

  • O acervo em marfim luso-afro-oriental no Brasil: pesquisa introdutória nos acervos de Minas Gerais, coordenado por Yacy-Ara-Froner (EBA)

  • A circulação de marfim entre Portugal, Guiné, Angola e Minas Gerais (1700-1800), coordenado por Vanicléia Silva Santos (FAFICH).

  • Aguardando resultado do projeto submetido pela equipe portuguesa ao Edital FCT/2015.

Notícias 

Pesquisa da UFMG investiga origem e rota do marfim que chegou ao Brasil durante o período colonial

07 de outubro de 2015

Pesquisadores se reúnem neste mês para discutir o uso do marfim africano no mundo atlântico

02 de maio de 2017

A Travessia do Marfim: Pesquisa da UFMG investiga origem e rota do material que chegou ao Brasil durante o período colonial e era usado na fabricação de joias e artefatos de arte

05 de outubro de 2015

II Seminário Internacional de Pesquisa “Marfim Africano no Espaço Atlântico: circulação, manufatura e colecionismo”

10 de maio de 2017

Projeto ingles

The Project "Marfins Africanos no Mundo Atlântico/African Ivories in the Atlantic World"

The international research project “Marfins africanos no Mundo Atlântico/ African Ivories in the Atlantic World (PTDC/EPH-PAT/1810/2014), Funded by the Portuguese Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), includes 28 scholars from de University of Lisbon, University of Évora and the Federal University of Minas Gerais – Brazil in a 3- year study of the African and Luso-African ivories and of ivory trade. The project incorporates the first comprehensive study of the African ivories, 15th – 18th centuries, found in collections in Portugal and Brazil (Minas Gerais). The main goals for this project are: to reconsider the perception of Luso-African ivories; to reassess their artistic hybridity, and to identify works whitch have been overlooked.

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UNIDADE DE INVESTIGAÇÃO PRINCIPAL / PROJETO FCT MAIN RESEARCH UNIT

Centro de História da Universidade de Lisboa /Centre for History of the University of Lisbon

 

INSTITUIÇÃO PROPONENTE / PRINCIPAL CONTRACTOR

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa /School of arts and Humanities of the University of Lisbon

ARTIS – Instituto de História da Arte/ Institute for Art History of the University of Lisbon
LACICOR – Laboratório de Ciência da Conservação / Conservation Sciences Laboratory Laboratório HERCULES/ HERCULES Lab

 

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES / PARTICIPATING INSTITUTIONS

Universidade de Évora / Évora University Universidade Federal de Minas Gerais / Federal University of Minas Gerais 

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