Conference Abstracts
Resumos
A diversidade geográfica dos marfins africanos produzidos entre c.1500 e c.1800 e a relevância dos marfins do Gana para o entendimento das suas funções nas sociedades africanas
Carlos Almeida (Universidade de Lisboa | Centro de História | FLUL)
Luís Urbano Afonso (ARTIS-IHA)
Nesta comunicação estudamos dois aspetos distintos da produção africana de marfins no período pré-colonial. Em primeiro lugar, caraterizamos os principais focos de produção dos marfins esculpidos na costa atlântica africana entre c.1500 e c.1800. Posteriormente, procuramos perceber o modo como uma tipologia específica desses objetos ebúrneos era utilizada entre algumas das sociedades africanas que os produziam, nomeadamente em alguns locais da chamada “Costa do Ouro”. Deste modo, começamos por caraterizar os focos tradicionalmente reconhecidos pela historiografia como principais centros de produção de marfins africanos, ou seja, a antiga Serra Leoa, o antigo reino do Benim e o antigo reino do Congo. Sublinhamos o desencontro entre este conjunto limitado de núcleos e o número mais alargado de locais onde o comércio em bruto e a produção de objectos trabalhados em marfim se encontram bem documentados nas fontes históricas da época em causa. No mesmo sentido, sublinhamos que a análise formal dos marfins africanos permite agrupar os objectos remanescentes num número superior de centros de produção. Um caso particularmente evidente diz respeito a alguns fragmentos de marfins recolhidos no Gana emcontexto arqueológico, para os quais existem exemplares ebúrneos conservados em coleções públicas dotados das mesmas caraterísticas formais.
É precisamente a partir dos marfins do Gana que abordamos o segundo aspeto da nossa comunicação, referente a uma leitura das funções que os olifantes desempenhavam em algumas sociedades africanas da Costa do Ouro. Começamos por sistematizar a informação disponível nas fontes europeias dos séculos XVI a XVIII acerca do modo como os olifantes eram utilizados nas mais importantes cerimónias públicas dessas sociedades, nomeadamente em rituais fúnebres e em cerimónias de afirmação do poder político e do estatuto e posição social a ele associados. De seguida, destacamos um conjunto particular de informações que apontam para a existência de processos preparatórios complexos de validação ritual e “sacralização” das trompas de marfim, o que confirma o carácter excepcional de tais objectos na cosmologia dessas sociedades.
“Nas rotas do marfim africano”: A circulação do marfim entre Angola, Brasil e Portugal (Séculos XVIII e XIX)
Rogéria Cristina Alves (UFMG)
A proposta desta comunicação é analisar o comércio das presas de marfim de elefantes africanos, no espaço atlântico, entre os séculos XVIIIe XIX. Para tal, serão apresentados alguns dados relativos a esse comércio, que envolvia portos da costa angolana, brasileira e portuguesa. Como já destacado por alguns estudiosos, a pauta comercial entre Angola, Brasil e Portugal extrapolava o comércio de escravizados e envolvia distintos produtos, como as presas de marfim de elefantes, cera, óleos, ouro, diamantes, entre outros. Assim, em meio à circulação de pessoas e animais, havia também uma infinidade de mercadorias e materiais, que alcançavam as rotas atlânticas. E embora a Coroa Portuguesa almejasse que o comércio das presas de marfim de elefantes fosse um negócio exclusivo seu, esse controle nunca fora plenamente exercido. Assim, as presas de marfim de elefantes saídas de Angola, alcançavam lugares e sujeitos diferentes, e pela natureza desse trânsito, tal material também assumia distintas formas e funções. O estudo sobre a circulação das presas de marfim de elefante, em perspectiva atlântica, pretende apresentar as rotas que esse material seguia, além de trazer a tona informações como o volume desse material que circulou entre esses espaços e a identificação dos sujeitos envolvidos nesse comércio.
O incremento de um comércio persistente: Moçambique, Índia, e a exportação de marfim leste africano, 1700-1750
Luís Frederico Antunes (FL-UL)
Na virada do século XVII, numa conjuntura política e económica muito complexa e difícil para o Estado da Índia portuguesa decorrente de múltiplos aspectos, entre os quais salientamos - 1) o aumento da pressão militar Marata e Mogol sobre os territórios portugueses na chamada Província do Norte; 2) a queda de Mombaça e a perda das rotas e centros comerciais da costa suaíli a norte do Cabo Delgado (1696) por onde se exportava mais de dois terços do marfim proveniente do actual território moçambicano; 3) a perda do controlo sobre o Monomotapa e as novas áreas mineiras (década de 1690); o longo e fracassado processo de construção de uma Companhia de Comércio das Índias orientais que, à semelhança das suas congéneres europeias, captasse os capitais necessários à dinamização dos negócios e da economia do Estado da Índia (1687 -1701) - foi concedido pelo governo de Goa aos comerciantes hindus de Diu o monopólio das viagens entre aquela praça e a de Moçambique, um privilégio que rapidamente se transformou no monopólio do comércio de panos indianos e de marfim leste africano, com o Guzerate, prerrogativas que na prática entregaram aos indianos o domínio quase total da economia de Moçambique, até finais do século XVIII. O objectivo desta comunicação é perceber como é que, depois da perda de Mombaça e do controlo da parte norte da costa suaíli, a ilha de Moçambique se transformou num dos maiores entrepostos exportadores de marfim de toda a costa oriental africana e de regiões do sertão mais interior.
Os crucificados em marfim das igrejas e capelas dos jesuítas no estado do maranhão e grão-pará, século XVIII
Isis de Melo Molinari Antunes (ICA-UFPA)
O estudo dos crucificados em marfim é o tema central desta comunicação e é um dos caminhos de investigação da tese em desenvolvimento na Universidade Federal de Minas Gerais. Como referência documental foi consultado o Inventarium Maragnonense – Inventário das Igrejas e Capelas dos Jesuítas no Estado do Maranhão e Grão-Pará no ano de 1760, anotado pelo Pe. Manuel Luiz S.J., com cópia da transcrição paleográfica pelo Prof. Dr. Pe. Luiz Fernando Rodrigues S.J. (Roma, 2006), com modificações de grafia decorrentes da leitura e análise da documentação original do Archivum Romanum Societatis Iesu Brasiliae [ARSI, BRAS. 28] (Roma, 2007) pela Prof.ª Dr.ª Renata Maria de Almeida Martins, e do inventário Jesuítico do Pará, ou seja, os bens dos jesuítas no Grão Pará confiscados, 250 anos atrás, transcrito e comentado a partir do mesmo documento original do Arquivo Histórico Romano da Companhia de Jesus [ARSI, BRAS. 28, 1- 98] pelo Pe. Ilário Govoni S.J., em 2009. Mediante análise dessas transcrições foi possível verificar que sob posse dos Jesuítas, missionários do Estado do Grão-Pará e Maranhão, havia quatorze exemplares de crucificados em marfim, quatro presas de marfim inteiras, talvez alguns pedaços desse material e dois pedaços de unicórnio. A metodologia de análise priorizou um percurso histórico acerca da cultura material, com consultas de autores especializados desde a colonização portuguesa na Amazônia até a expulsão dos jesuítas do estado do Grão Pará, em 1760, por determinação do Marques de Pombal. Ao identificar a presença desses crucifixos nas igrejas jesuíticas, será possível mapear o que se tinha sob posse da Companhia de Jesus e, portanto, comparar ao que se tem hoje disponível no acervo do museu de Arte Sacra de Belém. Esses dados nos levarão a refletir sobre a dissociação dos crucificados em marfim no intuito do conhecimento de procedência geográfica dos exemplares, para que assim seja possível estabelecer uma filiação iconográfica e localizar possíveis oficinas inacianas do Grão-Pará e Maranhão de manufatura em marfim, uma vez que presas inteiras são arroladas no inventário [ARSI, BRAS, 28].
Devoção e arte em marfim: o processo de construção e ornamentação das igrejas da sede do Bispado de Minas Gerais
Renata Romualdo Diório (FAFICH- UFMG)
As igrejas localizadas no espaço urbano da Mariana setecentista começaram a ser construídas na primeira metade do século XVIII. Esse processo teve início alguns anos após a criação das irmandades leigas e da instalação da sede do Bispado. O objetivo principal dessa comunicação é identificar a origem e analisar as funções dos objetos de arte e litúrgicos feitos em marfim e encontrados nos inventários das igrejas do espaço urbano da Mariana colonial. Nesse período, houve grande circulação de itens necessários à construção e ornamentação das igrejas e capelas. No que tange aos objetos de arte sacra e litúrgicos, esses deveriam cumprir determinadas regras existentes nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. Desse modo, pretende-se também destacar possíveis centros de produção e os pontos de destinação de tais objetos no contexto de expansão da fé católica em Minas Gerais.
Análise elementar por Fluorescência de Raios-X de obras sacras em marfim do Museu Mineiro
João Cura D’Ars de Figueiredo Junior (EBA-UFMG)
Luiz Antônio Cruz Souza (EBA-UFMG
Amanda Luzia da Silva (LAPA-UFMG)
O marfim é um material de origem biológica, comum em elefantes, morsas e outros animais, composto de diferentes materiais, entre esses uma matriz protéica de colágeno e uma parte inorgânica, dahllite, que é um fosfato básico de cálcio, Ca10(PO4)6(CO3)H2O. Devido às suas características estéticas, o marfim encontrou uso como material artístico. Nesse trabalho, vinculado ao projeto Fapemig “O acervo emmarfim luso-afro-orientalno Brasil: pesquisa introdutória nos acervos de Minas Gerais”, foram estudadas as composições químicas de obras em marfim pertencentes ao acervo do Museu Mineiro em Belo Horizonte, Minas Gerais. Este tipo de estudo permite a distinção de marfins originais de alguns materiais substitutos como carbonato de cálcio, resina sintética (poliéster, fenólica etc.) com caseína, marfim vegetal (de origem celulósica de nozes da palmeira Tagua) etc.
Técnicas de química analítica que podem ser usadas para o estudo material são as Espectroscopias Vibracionais no Infravermelho e Raman, devido à presença de grupos fosfato e carbonato, Fluorescência de Raios-X (FRX) e análise da razão de isótopos de estrôncio, 87Sr/86Sr. No atual estágio da pesquisa, foram realizadas análises de FRX.
Foram analisadas ao todo sete obras de arte sacra com um espectrômetro portátil Bruker Tracer III-V. As análises foram realizadas com uma aceleração de 40 kV e corrente de 1,5 A. Em todas as amostras foramidentificadas fósforo (P), cálcio (Ca) e estrôncio (Sr). A presença do P e Ca indicam a presença da dahllite. O estrôncio é um material incorporado ao marfim pela alimentação dos animais. Como é um metal alcalino terroso com propriedades semelhantes ao cálcio, é facilmente encontrado na dahllite substituindo parcialmente o cálcio. Em duas esculturas foi encontrado ferro (Fe) e em uma escultura o zinco (Zn). A presença deste s dois elementos se deve à propriedade do marfim em absorver sais do ambiente. Esta informação auxilia a distinguir a origem dos marfins. Ainda, no caso do Fe, seus sais são responsáveis por manchas no mármore o que foi visível a olho nu nas esculturas em que foi encontrado.
Os resultados preliminares indicaram que as esculturas analisadas são compostas de marfim e não de materiais substitutos comuns. As diferenças de composição auxiliam em distinguir a proveniência de algumas peças. Perspectivas para esta pesquisa consistem na coleta de espectros de infravermelho e Raman.
Pistas sobre o trânsito de objetos de marfim em Minas colonial: tecnolo gia de construção e questões estéticas
Yacy-Ara Froner (EBA-UFMG)
O grupo internacional de estudos “Marfins Africanos no Mundo Atlântico” abrange distintas pesquisas realizadas em diversos centros internacionais e universidades. Considerando os contextos peculiares de cada área de projeção, a variação em torno dos objetos de estudo e dos objetivos da investigação demonstra a amplitude da proposta. No caso do Brasil, a escassa ocorrência de objetos de marfim característicos das oficinas do Reino do Congo (FROMONT, 2014) ou de outros centros produtores africanos impõe a construção de perspectivas de investigação específicas e diferentes abordagens.
As perguntas que guiam a investigação em Minas Gerais, financiado pela Fapemig, repousam em uma determinada categoria de questionamento, em função do contexto cronológico e geográfico. Qual a procedência dos objetos encontrados no Brasil? É possível identificar o uso do marfim como matéria-prima em oficinas escultóricas brasileiras dos séculos XVIII ao XIX, e confirmar a atuação da mão de obra escrava e de forros? Qual a configuração estética das peças de marfim procedentes de Portugal, da África ou da Índia, e de que forma e em qual medida podemos perceber processos de apropriação na produção de imagens devocionais, inclusive naquelas confeccionadas em outros suportes? Assim, esta comunicação tem por objetivo apresentar os quatro eixos fundamentais que estruturam esta pesquisa: o trânsito de matéria prima no comércio atlântico; a tecnologia de construção dos objetos de marfim encontrados em Minas Gerais; a formação de mão de obra local e a apropriação estética e devocional das imagens levantadas.
Através da História da Arte Técnica, ao identificar as marcas de ferramentas, as policromias e os sistemas de encaixe das esculturas levantadas, pretendemos estabelecer correspondências construtivas com a tecnologia de produção da imaginária de madeira. Do mesmo modo, por meio de estudos anatômicos, iconográficos e estéticos, avaliar de que forma e em qual medidas esta imaginária mantém ou desvia o hieratismo erudito baseado na tradição, indicando uma certa autonomia artesanal.
De presas de elefante a leques, bengalas, placas para retratos e crucifixos. Notícias sobre comércio e a manufatura de objetos em marfim africano no Brasil imperial.
René Lommez Gomes (ECI-UFMG)
André Onofre L. Chaves (ECI-UFMG)
Ao menos desde o século XVII, os portos brasileiros receberam navios carregados com um substancial volume de presas de elefante, talhados ou in natura, provenientes da África. Sabe-se, contudo, que grande parte destas cargas foram reexportadas para a Europa, pouco após sua chegada. Até o momento, notícias muito esparsas indicam a permanência do marfim no Brasil e a presença, no país, de artesãos e artistas experimentados na lavra desta matéria prima. No século XIX, amplia-se substancialmente o número de registros documentais sobre o comércio brasileiro de marfim africano ou de outras procedências. Aparentemente, a mudança da sede do Império português para o Rio de Janeiro e a posterior independência do país estariam conectadas com a ampliação do mercado interno de presas de elefante in natura e de objetos lavrados ou torneados em marfim, diversificando as situações de seu comércio, manufatura e uso. As notícias veiculadas pela recém-criada imprensa brasileira são fontes privilegiadas de informações sobre a compra e venda de marfim no Império. Cotidianamente, observações sobre o tráfico atlântico de marfim foram publicadas nas páginas dos jornais de cidades portuárias como o Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Transcrevendo registros oficiais sobre a entrada e a saída de navios nos portos, as colunas de “notícias marítimas” divulgavam o volume das cargas de “pontas” ou objetos lavrados em marfim, que eram registradas nos escritórios da alfândega. Molembo, Angola, Benguela, até mesmo a procedência das embarcações que transportavam o marfim constava nas notas publicadas. Anúncios sobre vendas, leilões, perdas e roubos, por sua vez, atestavam a enorme variedade de tipos de objetos de marfim que eram consumidos no país, exemplo dos leques, sinetes, bengalas, pentes, dentaduras, seringas, jogos de tabuleiro, bolas de bilhar, peanhas e imagens de santos, cabos de talheres e instrumentos musicais. Parte destes objetos, segundos as folhas e diários impressos, eramfabricados no exterior e trazidos de Portugal, da China e mesmo da África. Mas, junto às notícias sobre os produtos de marfim importados para aquelas cidades, os anúncios também comportavam importantes indícios sobre a atuação de artistas e artesãos especializados que usavam o marfim in natura ou manufaturado como matéria- prima. Placas de marfim para retratos em miniatura e marfim queimado para a fabricação de tintas eram vendidos junto a outros materiais de desenho e pintura. Torneiros vendiam seus serviços, divulgando suas habilidades para trabalhar o marfim “com muita perfeição e em conta”. Aferidas com inventários post mortem, estas notícias e anúncios também descortinam ainda a existência no Brasil de instrumentos especializados para a lavra do marfim, como “ferros” de esculpir e tornos para a produção de peças delicadas. Analisando notícias e anúncios publicados pela imprensa das cidades do Rio de Janeiro, Salvador e Recife, esta comunicação tem por objetivo traçar um painel das formas como o marfim africano foi comercializado e manufaturado, nas regiões portuárias do Brasil oitocentista. Paralelamente, cotejando as informações contidas nestes documentos com registros de outras naturezas, pretende-se apresentar indícios inéditos sobre os usos do marfim africano como matéria prima necessária ao trabalho de artesãos e artistas brasileiros.
Marfins sapes do século XVI: a proximações à dimensão cosmológica da representação iconográfica.
José da Silva Horta (CH-UL)
Os objetos esculpidos em marfim conhecidos na historiografia internacional como “sapi-portugueses”, porventuramais correctamente conceptualizáveis como sapes ou sapi, abarcaram, como espaço de proveniência, uma larga meta-região oeste- africana situada entre o sul da actual Guiné-Bissau e a actual Serra Leoa. A sua produção, até que nova evidência surja, pode ser datável de entre o final do século XV e o século XVII. Trata-se do produto de contactos contínuos e intercâmbios intensivos afro-europeus a partir de meados do século XV, mas, antes de mais, o resultado de uma produção local, africana, sem a qual qualquer “hibridismo” seria concebível. Essa produção transporta representações do poder associado a homens e a animais, enquanto metáforas de estatutos cosmológicos. Uma aproximação ao modo como esses seres foram integrados no mundo africano de que brotaram os objetos de marfim quinhentistas, pode ajudar a explicar a iconografia desses objetos e os significados que eles pretenderam veicular.
Sapi Ivory and Stone: Revisiting the Question of Beginnings and Ends, part 2
Frederick John Lamp (Yale University Art Gallery)
Since the discovery of the ancient stone figures in Sierra Leone by Europeans and the very recent assignment of unattributed ivory works in European collections to the Sapi peoples of Sierra Leone, the question has arisen as to the connection between the two, whether they were isochronic creations, made by the same artists. Much debate has been exercised over the question of the termination of this
manufacture, tied to the question of the political events of the second half of the sixteenth century. Were the events cataclysmic, as earlier scholars had suggested, or were they of no consequence to the arts and economy ofthe region, as some later scholars have argued? Specifically, do these events suggest an end, or a diminishing, or even a re-energizing of the artistic enterprise of the Sapi?
This paper is a continuation of the examination of these questions of dating and connections begun in the conference in Lisbon in March 2017. I will draw conclusions from my examination of early manuscripts from the Portuguese, French, and English from the end of the fifteenth century to the end of the seventeenth. What do the manuscripts tell us about the mixing of unrelated peoples in the area at the time, the results of African contact, the results of European contact, and the impact on material culture which one can read into the imagery. I will also draw from my extensive field research among both the Temne of Sierra Leone and their relatives the Baga of Guinea, from 1967 to 2013, and upon decades of research on the arts, culture, and language of these two Sapi peoples in library, museum, and archival resources.
In this second part of my paper, I will argue that the mid-sixteenth through the early- seventeenth century was a period of considerable trauma for the Sapi particularly on the central coast of Sierra Leone, resulting from atrocities perpetuated by the incoming Mane peoples, reported by early Portuguese, English, and French chroniclers, whether or not one calls it an invasion, and that it did have an effect upon their economy and ultimately their artistic production, but that it does not constitute an end.
A fotografia digital como ferramenta de estudo dos marfins nos acervos de minas gerais e sua inclusão em banco de dados
Alexandre Cruz Leão (EBA-UFMG)
Alexandre Oliveira Costa (EBA-UFMG)
Danielle Luce Cardoso (EBA-UFMG)
Eduardo Augusto da Silva Leite (EBA-UMFG)
Na atualidade, com a evolução da tecnologia digital, dispositivos cada vez mais sofisticados são responsáveis pela gigantesca geração de imagens. Apesar das diferenças em qualidade, processos e aparelhos, uma coisa eles têm em comum: não traduzem a realidade exatamente como ela se apresenta. A maioria dos equipamentos fotográficos gera imagens com maior contraste e saturação, uma vez que estas características agradam mais ao ser humano. Desta forma esta pesquisa tem por objetivo gerar imagens dos marfins nos acervos de Minas Gerais como eles são de fato, respeitando suas cores e características construtivas.
Mas como diferenciar, no meio desta profusão de imagens, a que mais se adequa à pesquisa científica, reproduzindo o mais fielmente possível o objeto fotografado?
Esta questão gerencia a organização da captura fotográfica dos objetos levantados na pesquisa “O acervo emmarfim luso-afro-orientalno Brasil: pesquisa introdutória nos acervos de MG”, apoiado pela FAPEMIG. Considerando a diversidade dos acervos visitados e a demanda gerenciada pela pesquisa, a fotografia científica procura registrar a totalidade do objeto; as tipologias de corte e de confecção; as cores e tons; as marcas de ferramentas e as Linhas de Schreger.
Frente a isso, para atingirmos o nosso objetivo são necessários procedimentos passíveis de reprodução sistemática, ou seja, protocolos confiáveis na geração de imagens, tratamento e posterior inserção em um banco de dados, alimentado continuamente com as informações produzidas em campo, também passível de ser compartilhado entre os diversos pesquisadores.
Expor a base de dados através de uma interface Web de acesso restrito, é a forma escolhida para disponibilizá-la aos pesquisadores do projeto, pois permite a troca de informações e sua sistematização, conforme demandado pelo andamento da pesquisa.
Esta comunicação almeja uma breve exposição de alguns destes protocolos, principalmente no que concerne à Documentação Científica por Imagem e o Gerenciamento da Informação, no âmbito do projeto.
Influências e correlações da circulação de marfim na arte colonial brasileira: o Bom Pastor da Fundação Ema Klabin
Jorge Lúzio (UNIFAI/Museu de Arte Sacra de São Paulo)
A iconografia do Bom Pastor amplamente disseminada pela colonização portuguesa, predominantemente produzida em marfim, esteve presente nos espaços coloniais do império e constituiu um dos principais emblemas do catolicismo lusitano. Dotada de uma simbologia rica e peculiar, cuja matriz encontra-se na antiguidade clássica e nas tradições primordiais do cristianismo, a imagem aglomerou elementos estéticos e míticos das culturas em que foi produzida. Na Índia portuguesa e no Ceilão (Vassalo e Silva, 2013) foi vasta a produção desta imaginária, tipicamente marcada pelas religiosidades locais (Távora, 1983). Como objeto que possibilita diversas análises referentes ao marfim (Osswald, 1996), a imagem, também conhecida como Menino Jesus do Monte, foi referência em estudos sobre o Barroco no Brasil (Silva-Nigra, 1971; Silva, 2009). Este trabalho tem como objetivo analisar a escultura do Bom Pastor do acervo da Fundação Cultural Ema Gordon Klabin e suas correlações com a imaginária do Menino Jesus Bom Pastor do Recolhimento de Nossa Senhora dos Humilde s (Maia, 1987), originária da Bahia do século XIX, cujos exemplares foram observados no Museu de Arte Sacra de São Paulo, através de análises descritivas e comparativas da imagética. Os registros e as fontes documentais dos arquivos das referidas instituições consultados para a pesquisa, revelamos seus processos de circulação. Desta forma, o estudo contribui com o mapeamento e a identificação de um circuito do marfim no Brasil colonial, seus impactos e influências sobre a produção artesanal local, demonstrando o papel determinante das presas no patrimônio artístico da cultura material brasileira.
O Comércio e a Circulação de Marfim na “Guiné do Cabo Verde” – Séc. XV e XVII
Felipe Silveira de Oliveira Malacco (FAFICH-UFMG)
A intenção da comunicação emtela é discutir o comércio de marfim entre europeus, cabo-verdianos e povos que viviam na região chamada “Guiné do Cabo Verde”. Para a realização dessa pesquisa, foi utilizado o segundo volume da Monumenta Missionária Africana, obra compilada e coligida pelo padre Antônio Brásio, que possui 7 séries e 1231 documentos, dentre cartas de missionários, documentação oficial de Cabo Verde e relatos de viagens, feitos à mando das autoridades cabo- verdianas e portuguesas. Dentre esses documentos, 59 tratam direta ou indiretamente sobre o comércio de marfim na região. Além disso, foram utilizados também outros relatos de viagem produzidos por portugueses, cabo -verdianos, ingleses, holandeses e franceses. O espaço da “Guiné do Cabo Verde” correspondia a macro região entre o rio Senegal e a região de Serra Leoa, que possuía direto contato mercantil com os europeus via Oceano Atlântico e pelos rios que interiorizavamo comércio atlântico na região. Ao que indiciam as fontes, dentre um multifacetado comércio, o marfim era um produto onipresente nas trocas comerciais. Seja emestado bruto ou emobjetos lavrados por povos da região, como colheres, saleiros e os olifantes, o marfim era muito procurado pelos europeus que se deslocavam até a região. Isso se deve, sobretudo, a grande disponibilidade dessa matéria prima na “Guiné do Cabo Verde” e a ambição dos europeus em adquirir o produto. De fato, de acordo com José da Silva Horta e Luís Afonso, marfim de elefante é “uma das raras matérias de origem orgânica que foi suficientemente forte para rivalizar com matérias mais preciosas, de origem inteiramente mineral, como as gemas e os metais nobres”. Buscaremos discutir a origem dos marfins que circulavam no comércio da “Guiné do Cabo Verde”, quais povos africanos faziam comércio desse produto com os europeus, além de debater em quais termos esse contato mercantil era realizado e os possíveis destinos das peças de marfim que eram compradas na região.
Marfins e outros suportes - transposições, traduções, associações e resignificados de objetos nas Minas Gerais do século XVIII
Eduardo França Paiva (FAFICH- UFMG)
Objetos em marfim nos testamentos e inventários post-mortem setecentistas de Minas Gerais são itens frequentemente encontrados. Entretanto, ao vislumbrá -los hoje, muitas dúvidas surgem em torno destes objetos e de seus usos no passado. Qual o percentual deles se comparados a itens similares realizados em madeira, metal ou barro? Quais as origens dos marfins esculpidos e onde foram lavrados? Quais redes comerciais possibilitaram seu consumo nas Minas Gerais? Estas questões têm fomentado nossas pesquisas individuais e coletivas, mas, recentemente, outras indagações vêm sendo consideradas pelo grupo. Entre elas, a principal é a que se refere à transferência de modelos, cultos, composições simbólicas e significados originalmente impressos sobre marfim - na África, na Europa, no Oriente ou mesmo na América - a outros materiais de suporte. Na verdade, as pesquisas têm revelado que estas transposições já ocorriam muito antes, em várias regiões, e estiveram envoltas em verdadeiras "traduções" culturais, associadas, por vezes, a outros objetos e suportes, reproduzindo usos e significados ou gerando novos. Neste texto, problematizo estes temas e, particularmente, examino um aspecto que tem despertado muito interesse entre os pesquisadores da equipe brasileira do projeto: o culto a Santo Antônio entre os negros (escravos e libertos) e a impressão imagética desta devoção sobre outros materiais, sobretudo sobre madeira. Testamentos e inventários post-mortem de homens e mulheres que viveram nas Minas Gerais do século XVIII forneceram os dados e as informações aqui analisados. Estes documentos atestam a intensa circulação dos objetos, das crenças e dos significados, que acompanham a mobilidade das pessoas e a capacidade de se adaptarem a novas realidades históricas, inclusive, reconstruindo-as.
Usos e funções do marfim africano na África Ocidental (séculos XVII ao XVIII)
Vanicléia Silva Santos (FAFICH-UFMG)
Os viajantes europeus fizeramregistros acerca dos usos de marfins pelos africanos na Costa Atlântica africanas, especialmente nos Reinos do Benin, Congo e Angola, entre os séculos XVII ao XVIII. Os africanos também se auto-representaram usando as trompetas. O objetivo deste ensaio é identificar, por meio das representações feitas pelos europeus e africanos, o uso das trombetas de marfim usadas pelos africanos.
Apesar de midiáticas – serviam para mostrar aos europeus o exotismo dos africanos – essas imagens podem ser revistas a partir de um olhar antropológico. As representações esclarecemsobre os usos e costumes dos africanos acerca desses objetos, usados especialmente, em cerimônias religiosas públicas da realeza e da guerra.
Padrões figurativos africanos no Cristo de marfim do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro - a proximações para o estudo de objetos de marfim africano no Brasil
Mariza de Carvalho Soares (PPGH- UFF)
O Museu Histórico Nacional possui uma importante coleção de objetos de marfim lavrado de procedências diversas. Tem destaque na coleção a série de crucificados. Centrando minha atenção em um crucificado em particular, de cerca de 14 centímetros de altura, datado dos séculos XVII ou XVIII, que difere de todos os demais pela amarração do subligaculum. Usualmente o subligaculum é amarrado do lado direito. Nesse crucificado o nó na lateral direita é quase imperceptível e, para quem olha a peça de frente, o destaque vem para uminusitado drapeado que forma uma ponta frontal. A partir desta peça seleciono imagens de vestimentas masculinas (João António Cavazzi de Montecuccolo, Descrição histórica dos três reinos do Congo, Matamba e Angola , 1965), crucificados de ferro já estudados e informações referentes a oficinas de artesanato no mundo português. Com esse material proponho pensar a produção de uma imaginária católica religiosa na área abrangida pela Igreja Católica nos reinos do Congo e Angola, com padrões figurativos próprios, distintos do modelo usual da Igreja Católica. Por fim argumento que o contato regular e a circulaçãoregular de pessoas entre a África centro ocidental e o Brasil traz a possibilidade de alguns desses crucificados, e mesmo outras peças de arte católica africana, terem chegado ao Brasil e poderem hoje ser recuperadas nas coleções de arte sacra.
As devoções femininas e o hibridismo na representação das esculturas em marfim
Thais G. Venuto (UFMG)
Esta comunicação tem por objetivo analisar algumas imagens de marfim levantadas em museus e igrejas de Minas Gerais, observando algumas semelhanças recorrentes nas esculturas relacionadas à representação feminina, majoritariamente marianas e santanas. O levantamento dessas imagens, a partir dos inventários institucionais, permitiu organizar uma documentação das fichas catalográficas das peças nos acervos e determinar os critérios de seleção das imagens a serem estudadas.
Com o intuito de avaliar a configuração das imagens, temos por objetivo verificar aspectos iconográficos que confirmem pontos de coerência e de divergên cia em relação ao modelo firmado pelo Concilio de Trento. Além disso, considerando o processo difusão da estética congolesa da representação feminina da Nsundi Malau, a partir da análise das imagens de pequeno porte, discutir questões acerca da influência de determinados grupos africanos e de afro-descendentes na produção da imaginária mineira (SLENES, 1991; MELLO E SOUZA, 2001).
Ao longo dos séculos XVI a XIX, esse imaginário gerenciou distintos modelos de representações oriundos das diversas localidades constituintes da rede comercial mercantil. Essa miscigenação das culturas gerou uma adaptação das iconografias vigentes na Europa, inclusive pela introdução estética de modelos visuais inerentes à própria cultura e formação do artífice, adaptada pelo modo de fazer e ver os objetos.
A partir do recorte devocional de Nossa Senhora do Rosário, principalmente cultuada pelas irmandades negras, centralizaremos nossa abordagem nessas representações, demarcando a fusão das diversas iconografias marianas a partir da incorporação de atributos e do gestual, além de discutir aspectos de sua tecnologia de construção.
The geographical diversity of African ivories produced between c.1500 and c.1800 and the relevance of Ghanaian ivories to the understanding of their functions in African societies
Carlos Almeida (Universidade de Lisboa | Centro de História | FLUL)
Luís Urbano Afonso (ARTIS-IHA)
In this paper we study two distinct aspects of African ivory production in the pre-colonial period. First, we characterize the main production foci of ivory carving on the African Atlantic coast between c.1500 and c.1800. Subsequently, we sought to understand how a specific typology of these objects was used among some of the African societies that produced them, especially in some places of the Gold Coast.
In this way, we begin by characterizing the traditionally classified as the main centers of African ivory production, namely the former Sierra Leone, the former kingdom of Benin and the former kingdom of Congo. We underline the mismatch between this limited set of centers and the wider number of places where raw ivory trade and the production of ivory objects are well documented in the historical sources of the time in question. In the same vein, we emphasize that the formal analysis of African ivories allows us to group the remaining objects into a larger number of production centers. A particularly clear case concerns some ivory fragments collected in Ghana in archaeological context, for which there are surviving examples preserved in public collections endowed with the same formal characteristics.
It is precisely from Ghanaian ivories that we approach the second aspect of our communication concerning a reading of the roles that the oliphants played in some African societies of the Gold Coast. We begin by systematizing the information available in European sources from the 16th to the 18th centuries on how oliphants were used in the most important public ceremonies of these societies, namely funeral rites and ceremonies of affirmation of political power, status and social position. Next, we highlight a particular set of information that points to the existence of complex preparatory processes of ritual validation and sacralisation of the ivory horns, which confirms the exceptional character of such objects in the cosmology of these societies.
"On the African ivory routes": The circulation of ivory between Angola, Brazil and Portugal (18th and 19th centuries)
Rogéria Cristina Alves (UFMG)
The purpose of this communication is to analyze trade in African elephant ivory tusks in the Atlantic area between the 18th and 19th centuries. To this end, some data will be presented regarding this trade, which involved ports on the Angolan, Brazilian and Portuguese coast. As already pointed out by some scholars, the trade agenda between Angola, Brazil and Portugal extrapolated the trade of enslaved and involved different products, such as the ivory tusks of elephants, wax, oils, gold, diamonds, among others. Thus, in the midst of the circulation of people and animals, there was also an infinity of goods and materials, which reached the Atlantic routes. And although the Portuguese Crown hoped that the trade in elephants' ivory tusks would be their exclusive business, such control had never been fully exercised. Thus, ivory tusks of elephants left Angola, reaching different places and subjects, and by the nature of this transit, such material also assumed different forms and functions. The study on the circulation of elephant ivory tusks, in Atlantic perspective, intends to present the routes that this material followed, as well as to bring up information such as the volume of this material that circulated between these spaces and the identification of the subjects involved in this trade.
The increase of a persistent trade: Mozambique, India, and the export of East African ivory, 1700-1750
Luís Frederico Antunes (FL-UL)
At the turn of the 17th century, in a political and economic framework, a very difficult and complex one for the Portuguese “Estado da Índia”, as a result of multiple aspects – such as: 1) the increasing military pressure, from both the Mahratis and the Moghuls, on the Portuguese territories of the so-called “Província do Norte”; 2) the fall of Mombasa and the loss of the trading routes and centres on the Swahili coast, north of Cabo Delgado (1696), where more than two-thirds of the ivory originating in the present territory of Mozambique were exported; 3) the loss of control over the Kingdom of Mutapa and the new mining areas (1690’s); the long and failed process of creation of an East India Trading Company that might, just like its European counterparts, collect the necessary capital for the development of the businesses and the economy of the “Estado da Índia” (1687-1701) –, the Hindu traders were granted the monopoly of the journeys between that market centre and that of Mozambique, by the government of Goa. Soon this privilege resulted in the trading monopoly, with Gujarat, of Indian textiles and East African ivory. These privileges that basically granted the Indians an almost total domination of the economy of Mozambique, until late 18th century. The purpose of this communication is to understand how, after the loss of Mombasa and the control of the northern Swahili coast, did the Isle of Mozambique become one of the biggest exporting centres of ivory, not only in all East African coast but also in other regions of the inland wilderness.
Ivory crucifixes of churches and chapels of jesuits in maranhão and grão-pará state, XVIIIth century
Isis de Melo Molinari Antunes (ICA-UFPA)
The study of ivory crucifixes is the central theme of this communication and is one of the investigation paths of the thesis in development in the Federal University of Minas Gerais. As documental reference, it was consulted the Inventarium Maragnonense – Churches and Chapels of Jesuits Inventory from Maranhão and Grão-Pará State in the year 1760, noted by Fr. Manuel Luiz S.J., with paleographic transcription copied by Prof. Dr. Fr. Luiz Fernando Rodrigues S.J. (Rome, 2006), with spelling modifications resultant from reading and reviewing the original Archivum Romanum Societatis Iesu Brasiliae documentation [ARSI, BRAS. 28] (Rome,2007) by Prof. Dr. Renata Maria de Almeida Martins, and Jesuitical Inventory of Pará, in other words, the confiscated property of the Jesuits in Grão-Pará, 250 years ago, transcribed and commented starting fromthe same original document of Historical Roman Archive of Society of Jesus [ARSI, BRAS. 28, 1 -98] by Fr. Ilário Govoni S.J. in 2009. Through analysis of those transcriptions, it was possible to verify that under possess of Jesuits, missionaries of Grão-Pará and Maranhão State, there were fourteen specimens of ivory crucifixes, four whole ivory tusks, maybe some pieces of this materialand two pieces of unicorn. The methodology of analysis prioritized the historiographical review about the material culture with consults of specialized authors since Portuguese colonization in Amazon until the expulsion of Jesuits from Pará, in 1760, by determination of Marquis of Pombal. When verifying the presence of those crucifixes in Jesuits churches, it will be possible to map what were possessed by Society of Jesus and, therefore, to compare them with what are available today in the archive of Sacred Art museum of Belém. Those data lead us to reflect about the dissociation of the ivory aiming knowledge of the geographic origin of the specimens, to be thus possible to establish the iconographic filiation and to localize possible Ignatian’s manufactories in Grão-Pará and Maranhão, since whole tusks are described in the inventory [ARSI, BRAS, 28].
Devotion and ivory art: the construction and ornamentation process in churches under the Minas Gerais Bishopric
Renata Romualdo Diório (FAFICH- UFMG)
The construction of the churches located in the urban area of 18th-century Mariana began in the first half of the 18th century. This process started a few years after the creation of lain brotherhoods and after the establishment of the seat of the Bishopric. The main purpose of this communication is to identify the origin and analyze the use of ivory art and liturgical objects found in the inventories of churches located in the urban area of colonial Mariana. During this period, there was great circulation of items needed in the construction and ornamentation of churches and chapels. As for religious art and liturgical objects, they had to comply with certain rules set forth in the Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia (Bahia Archbishopric Constitution). Thus, the purpose of this study is also to bring to the foreground possible production hubs and points of destination ofsuch objects within the context of catholic faith expansion in the state of Minas Gerais.
Elemental Analysis by X-Ray Fluorescence of Ivory Sacred Works of Art in the Collection of Museu Mineiro
João Cura D’Ars de Figueiredo Junior (EBA-UFMG)
Luiz Antônio Cruz Souza (EBA-UFMG
Amanda Luzia da Silva (LAPA-UFMG)
Ivory is a material of biological origin common in elephants, walruses and other animals. It is composed of different materials, among them a protein matrix of collagen and an inorganic part, dahlite, which is a basic calcium phosphate, Ca10(PO4)6(CO3)H2O. Due to its aesthetic characteristics, ivory found is used as an artistic material. In this work, the chemical compositions of ivory works belonging to the collection of the Museu Mineiro in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, were studied in connection with the Fapemig project "The Luso-Afro-Oriental Ivory Collection in Brazil: Introductory Research in the Minas Gerais Collections" . This type of study allows the distinction of original ivories from some substitute materials such as calcium carbonate, synthetic resin (polyester, phenolic etc.) with casein, vegetable ivory (of cellulose origin of Tagua palm nuts) etc.
Analytical chemistry techniques that can be used for the study of materials are Infrared and Raman Vibrational Spectroscopies due to the presence of phosphate and carbonate groups, X-Ray Fluorescence (FRX) and strontium isotope ratio analysis, 87Sr / 86Sr. At the present stage of the research, only FRX analyzes were performed.
Seven sacred works of art were analyzed with a Bruker Tracer III-V portable spectrometer. The analyzes were performed with an acceleration of 40 kV and current of 1.5 A. Phosphorus (P), calcium (Ca) and strontium (Sr) were identified in all samples. The presence of P and Ca indicates the presence of dahllite. Strontium is a material incorporated into ivory by feeding animals. As it is an alkaline earth metalwith calcium-like properties, it is readily found in dahllite by partially replacing calcium. In two sculptures was found iron (Fe) and in just one sculpture was found zinc (Zn). The presence of these two elements is due to the property of the ivory in absorbing salts of the environment. This information helps to distinguish the origin of the ivories. Still, in the case of Fe, its salts are responsible for stains on the marble which was visible to the naked eye in the sculptures in which it was found.
Preliminary results indicated that the sculptures analyzed are composed of ivory and not of common substitutes. The differences in composition help distinguish the provenance of some pieces. Perspectives for this research consist of the collection of infrared and Raman spectra.
Clues regarding the transit of ivory objects in colonial Minas: construction technology and aesthetic issues
Yacy-Ara Froner (EBA-UFMG)
The international group of studies "African Ivories in the Atlantic World" covers different researches carried out in several international centers and universities. The variance regarding the objects and the objectives of the studies demonstrates the breadth of the proposal. The less occurrence of ivory objects characteristic from the Kingdom of Congo (FROMONT, 2014) or from other African producing centers in Brazil requires the construction of different approaches.
The questions that guide the investigation supported by Fapemig in Minas Gerais is based on a specific category of reflection, which depending on the chronological and geographical context. What is the origin of the objects found in Brazil? Is it possible to identify the use of ivory as a raw material in Brazilian sculptural workshops from the 18th and 19th centuries, and confirm the performance of slave labor? What is the aesthetic configuration of ivory pieces from Portugal, Africa or India, and how it can be perceived in the processes of conceptual and technical appropriation regarding the devotional images, including those made in other material?
This communication intends to present the four fundamental axes that structure this research: the transit of ivory as raw materials through the Atlantic commerce; the technological studies of the objects in ivory existing in Minas Gerais; the training of local labor to produce these objects; and the aesthetic and the devotional appropriation presented in the sculptures searched
We propose to identify the tool marks, the polychromes, and the fitting systems of the raised sculptures through the Technical Art History, and try to establish the constructive correspondence with the technology of imaginary wood production. Likewise, by means of anatomical, iconographic, and aesthetic studies, we wish to evaluate how this imaginary maintains the model based on tradition or not, indicating a certain artisan autonomy.
We propose to identify the tool marks, polychromes and assembling systems of the sculptures through the Technical Art History, and try to establish the constructive correspondence with the technology of imaginary wood production. Likewise, though anatomical, iconographic and aesthetic studies, we wish to evaluate how this imaginary maintains the model based on tradition or not, indicating a certain artisan autonomy.
From elephant tusks to fans, walking sticks, plates for portraits and crosses. News about trade and the manufacture of objects in African ivory in imperial Brazil.
René Lommez Gomes (ECI-UFMG)
André Onofre L. Chaves (ECI-UFMG)
At least since the seventeenth century, Brazilian ports received ships loaded with a substantial volume of African elephant tusks, carved or in natura. It is known, however, that most of these cargoes were re-exported to Europe shortly after their arrival. So far, very scattered reports indicate the permanence of ivory in Brazil and the presence, in the country, of artisans and artists experienced in the carving of this raw material. In the nineteenth century, there was a substantial increase in the number of documentary records on the Brazilian trade in African ivory or other provenances. Apparently, the change fromthe Portuguese Empire to Rio de Janeiro and its subsequent independence would relate to the expansion of the domestic market of elephant tusks in natura and objects carved or turned into ivory, diversifying the situations of their trade, manufacture and use. The news published by the newly created Brazilian press are privileged sources of information about the purchase and sale of ivory in the Empire. Every day, observat ions on the Atlantic ivory trade were published on the pages of newspapers in port cities such as Rio de Janeiro, Salvador and Recife. Transcribing official records on the entry and exit of ships into ports, the columns of “maritime news” reported the volume of cargoes of elephant tusks or objects drawn in ivory, which were registered in customs offices. Molembo, Angola, Benguela, even the origin of the vessels carrying the ivory was included in the published notes. In turn, ads of sales, auctions, losses and robberies attested to the enormous variety of types of ivory objects that were consumed in the country, such as fans, seals, walking sticks, combs, dentures, syringes, board games, billiards balls, images of saints, cutlery cords and musical instruments. Part of these objects, according to the newspapers, were manufactured abroad and brought from Portugal, China and even Africa. Along with the news about ivory products imported to those cities, the ads also carried important clues about the performance of artists and skilled craftsmen who used the ivory as raw material. Ivory plates for miniature portraits and burnt ivory for the manufacture of paints were sold along with other drawing and painting materials. Turners sold their services, publicizing their abilities to work the ivory “with great perfection” and at good prices. Analyzed in combination with post morteminventories, these news and announcements also revealthe existencein Brazil of specialized instruments for the manufacture of ivory, such as “irons” for carving ivory and lathes to produce delicate pieces. Analyzing news and announcements published by the press in the cities of Rio de Janeiro, Salvador and Recife, this paper aims to outline a panel of the ways African ivory was marketed and manufactured in the port regions of nineteenth-century Brazil. In parallel, comparing the information contained in these documents with records of other natures, it is intended to present unpublished evidence on the uses of African ivory as raw material for the work of Brazilian artisans and artists.
Sapes ivories of the sixteenth century: approaches to the cosmological dimension of iconography
José da Silva Horta (CH-UL)
The ivory-carved objects known in the international historiography as "Sapi- Portuguese", eventually more accurately conceptualized as Sapes or Sapi, belong to a large Western African meta-region situated between the south of present-day Guinea-Bissau and the present Sierra Leone. Its production, until new evidence emerges, can be dated from the late fifteenth to the seventeenth century. It is a product of continuous contacts and intensive Afro-European exchanges from the mid-fifteenth century onwards, but foremost the result of local, African production without which any "hybridism" would be conceivable. This production conveys representations of the power associated with men and animals as metaphors of cosmological statutes. An approach to the way these beings were integrated into the African world from which sixteenth-century ivory objects sprouted up can help to explain the iconography of these objects and the meanings they intended to convey.
Sapi Ivory and Stone: Revisiting the Question of Beginnings and Ends, part 2
Frederick John Lamp (Yale University Art Gallery)
Since the discovery of the ancient stone figures in Sierra Leone by Europeans and the very recent assignment of unattributed ivory works in European collections to the Sapi peoples of Sierra Leone, the question has arisen as to the connection between the two, whether they were isochronic creations, made by the same artists. Much debate has been exercised over the question of the termination of this
manufacture, tied to the question of the political events of the second half of the sixteenth century. Were the events cataclysmic, as earlier scholars had suggested, or were they of no consequence to the arts and economy ofthe region, as some later scholars have argued? Specifically, do these events suggest an end, or a diminishing, or even a re-energizing of the artistic enterprise of the Sapi?
This paper is a continuation of the examination of these questions of dating and connections begun in the conference in Lisbon in March 2017. I will draw conclusions from my examination of early manuscripts from the Portuguese, French, and English from the end of the fifteenth century to the end of the seventeenth. What do the manuscripts tell us about the mixing of unrelated peoples in the area at the time, the results of African contact, the results of European contact, and the impact on material culture which one can read into the imagery. I will also draw from my extensive field research among both the Temne of Sierra Leone and their relatives the Baga of Guinea, from 1967 to 2013, and upon decades of research on the arts, culture, and language of these two Sapi peoples in library, museum, and archival resources.
In this second part of my paper, I will argue that the mid-sixteenth through the early- seventeenth century was a period of considerable trauma for the Sapi particularly on the central coast of Sierra Leone, resulting from atrocities perpetuated by the incoming Mane peoples, reported by early Portuguese, English, and French chroniclers, whether or not one calls it an invasion, and that it did have an effect upon their economy and ultimately their artistic production, but that it does not constitute an end.
Digital photography as a tool for the study of the ivories in the collections of minas gerais and their inclusion in a database
Dr. Alexandre Cruz Leão (EBA-UFMG)
Alexandre Oliveira Costa (EBA-UFMG)
Danielle Luce Cardoso (EBA-UFMG)
Eduardo Augusto da Silva Leite (EBA-UMFG)
Nowadays, with the technologic progress, iterations of more advanced digital devices are responsible for plenty of the image production. Although there are many differences between quality, processes, and devices, there is one thing they have in common: they do not reproduce reality exactly as it is presented to the human eye. Most of the photographic equipment produce mostly images with more contrast and saturation, once such features are more appealing to the human eye. In this regard, this research has as objective producing images of the marble collection of Minas Gerais as close to the reality as possible, respecting their colors and constructive attributes.
The question is how to select, between this profusion of images, which one is more suitable for scientific research, reproducing the photographed object with the most accuracy.
This problem deals with the organization of object images, researched in “The eastern lusitanian-afro marble collection in Brazil: introductory research in Minas Gerais collections”, supported by FAPEMIG. In light of the diversity of the visited collections and the demand managed by the research, the scientific photography aims to register the object as a whole; the cutting and manufacturing typology; colors and tonal values; tools marks and Schreger Lines.
Due to this, so we can achieve our objective, there are necessary procedures suitable to bear systematic reproduction, in other words, reliable protocols in image generation, treatment, and later input in a database, feeding it continuously with the information produced on the field, also suitable of being shared through many researchers online.
Exposing a database through a restricted access Web Interface, is the chosen way to share information with the project researchers, since it allows information exchange and arrangement, as demanded by the research progress.
This paper aims to present a brief exposition of some of these protocols, mainly of what involves Scientific Image Documentation and Information Management, in the reach of this project.
Influences and correlations of ivory trade in Brazilian colonial art: Good Shepherd from Ema Klabin Foundation
Jorge Lúzio (UNIFAI/Museu de Arte Sacra de São Paulo)
The Good Shepherd’s iconography, widely spread throughout the Portuguese colonization, mostly carved in ivory, could be seen in the colonial spaces from the empire and posed as one of the main symbols of Lusitanian Catholicism. The image, endowed with a rich and unique symbolism, which dates back to both ancient classics and the main Christian traditions, combines aesthetic and mystic elements from the cultures in which it was produced. In Portuguese India and Sri Lanka, this image was broadly produced, and it was typically marked by indigenous religiosity. As an object which enables several ivory-related analyses, the image, also known as Menino Jesus do Monte, was a reference to the studies on Baroque in Brazil. This study aims to analyze the sculpture of the Good Shepherd from Ema Gordon Klabin Cultural Foundation’s collection (Fundação Cultural Ema Gordon Klabin) as well as its correlations with the image of Menino Jesus Bom Pastor do Recolhimento de Nossa Senhora dos Humildes, which dates back to Bahia from the Nineteenth Century. The pieces were investigated at Sacred Art Museumin the city of São Paulo (Museu de Arte Sacra de São Paulo), using a descriptive and comparative analyses of the imagery. The trade process is revealed by the records and documental sources of the files owned by the mentioned institutions where the research query was done. Therefore, this study contributes to the mapping and identification of ivory trade in colonial Brazil, as well as its impacts and influences in the indigenous handcraft production, showing the key role of these tusks in the artistic heritage of Brazilian material culture.
The Ivory Trade and Circulation in “Guiné do Cabo Verde” – 15th to 17th Centuries
Felipe Silveira de Oliveira Malacco (FAFICH-UFMG)
This paper intends on discussing the ivory trade amongst the european, cape- verdian, and other populations within the region known as “Guiné do Cabo Verde”. This zone comprises the greater region between the Senegal river and Sierra Leone, which had direct commercial contact with the europeans through the Atlantic Ocean and the rivers that provided a greater insertion in the region. For this inquiry, we’ll use vol. 2 of the Monumenta Missionária Africana, a collection of 1231 documents and 7 series compiled and revised by Father Antônio Brásio, comprising missionary letters and portuguese and cape-verdian bureaucratic archives. Amongst those, 59 documents deal directly or indirectly with the ivory trade in the region. Besides that, we’ll use travel journals of different origins: portuguese, cape- verdian, english, dutch and french. These sources demonstrate that amongst a multifaceted trade, ivory was largely sold at “Guiné do Cabo verde,” including richly crafted objects with this primary resource, such as spoons, saltcellars and oliphants, mainly by the Sape, inhabitants of the Sierra-Leone region. A recent historiographical material has demonstrated an increasing interest on these ivory- sculpted objects and their craftsmen. In addition to this production, we’ll also analyse the elephant teeth trade in natura, which was ubiquitous in the region, undertaken by commercial agents from widely different nations that participated in the Atlantic trade. This is due to the large availability of this primary resource in the region, the african peoples’ specialization in elephant-hunting and with the great europeans’ interest on acquiring that product. In fact, according to José da Silva Horta and Luis Afonso, elephant-ivory is “one of the rarest organic-origin products that was sufficiently strong to compete with more precious resources of entirely mineral origin, such as gems and noble metals”. We’ll seekto discuss in which ports was there ivory trade on Guiné do Cabo Verde, which african peoples sold this product to the europeans, as well as debating in which terms this merchant relation was undertaken and the possible destinations of these ivory-objects acquired in the region.
Marfins and other supports - transpositions, translations, associations and resignified objects in Minas Gerais of the XVIIIth century
Eduardo França Paiva (FAFICH- UFMG)
Objects in ivory in the wills and post-mortem inventories of the XVIIth century of Minas Gerais are frequently found in researches. However, in glimpsing themtoday, many doubts arise around these objects and their uses in the past. What is the percentage of them if compared to similar items made of wood, metal or clay? What were the origins of the carved ivories and where were they carved? What commercial networks allowed their possession in Minas Gerais? These issues have fostered our individual and collective research, but recently other inquiries have been considered by the group. Among them, the main one is the transfer of models, cults, symbolic compositions and meanings originally printed on ivory - in Africa, Europe, the Orient or even America - to other materials of support. In fact, research has revealed that these transpositions have occurred far earlier in various regions and have been shrouded in true cultural 'translations', sometimes associated with other objects and supports, reproducing uses and meanings or generating new ones. In this text, I problematize these themes and, in particular, I examine an aspect that has aroused much interest among the researchers of the Brazilian team of the project: the cult of Santo Antônio among blacks (slaves and freedmen) and the impression of the images of this devotion on other materials, especially on wood. Testaments and post-mortem inventories of men and women who lived in the Minas Gerais of the eighteenth century provided the data and information analyzed here. These documents attest to the intense circulation of objects, beliefs and meanings, which accompany the mobility of people and the ability to adapt to new historical realities, including rebulting them.
Uses and functions of ivory in West Africa (17th and 18th centuries)
Vanicléia Silva Santos (FAFICH-UFMG)
European travelers made records of the use of ivories by Africans on the African Atlantic coast, especially in the Kingdoms of Benin, Congo and Angola, between the 17th and 18th centuries. Africans also self-represented themselves using trumpets. The purpose of this essay is to identify, through representations made by Europeans and Africans, the use of ivory trumpets used by Africans.
Although mediatic – the trumpets served to show Europeans the exoticism of Africans – these images can be revised through an anthropological perspective. The representations shed light on the uses and customs of Africans about these objects, especially used in public religious ceremonies of royalty and war.
African figurative patterns in an ivory crucifix of the Museu Histórico Nacional – an approach to African carved ivory in Brazil
Mariza de Carvalho Soares (PPGH- UFF)
The Museu Histórico Nacional in Rio de Janeiro houses an important collection of carved ivories, including a wonderful series of crucifixes of different origins. The crucifix that called my attention is 5.5 inches high, dated 17 th or 18 th century, bringing a very particular subligaculum. Usually the subligaculum is tied on the right side. Looking the mentioned crucifixones almost cannot see the smallright tie, while the attention is immediately caught by the unexpected frontal drape. Fromthis piece the paper works on images and descriptions of male West Central Africa clothing (João António Cavazzi de Montecuccolo, Descrição histórica dos três reinos do Congo, Matamba e Angola, 1965), on analysis of Kongo metal crucifixes, and workshops within the Portuguese Empire to think about the production of a Catholic Art with particular figurative patterns in the kingdoms of Kongo and Angola. In resume the paper argues how the regular contact and transit of people between West Central Africa and Brazil may have generated the circulation of this African Catholic Art that can be found now in Brazilian collections of Catholic Art.
The female devotions and the hybridism in the representation of the ivory sculptures
Thais G. Venuto (UFMG)
This paper aims to analyze some ivory images collected in museums and churches in Minas Gerais, observing some recurrent iconographiess related to the female representation, mostly Saint Mary and Saint Anne. The survey of these images, based on the institutional inventories, allowed organizing a documentation of the catalogs of the pieces in the collections and determining the selection criteria of the images to be studied.
We aim to verify iconographic aspects that confirm points of coherence and divergence in relation to the model established by the Council of Trent, evaluating the aesthetics and conceptual aspects of the images. In addition, bearing in mind the diffusion process of the Congolese aesthetics of the Nsundi Malau representation, concerning the analysis of the small images we examinate some questions about the influence of certain African and Afro-descendant groups in the production of the imaginary of Minas Gerais (SLENES, 1991 MELLO AND SOUZA, 2001).
Throughout the sixteenth to nineteenth centuries, these imaginary managed different models of representations originating from the various constituent localities of the commercial mercantile network. This miscegenation of cultures generated an adaptation of the iconographies bases from Europe, including the aesthetic introduction of visual models inherent to the culture itself and the formation of the craftsman, adapted by the way of doing and seeing objects.
We focused the devotion of N.S. of the Rosary, mainly worshiped by the black brotherhoods because of the approach in these representations those marking the fusion of the diverse Marian iconographies by the incorporation of attributes and gesture, as well as discussions regarding the aspects of its construction technology.